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Estudo analisou alunos do presencial e do EAD

Inserida em: 20/07/2009


Goiânia, 20 de julho de 2009.


Estudo analisou estudantes com o mesmo perfil dos 2 tipos de curso; não houve diferença na nota do Enade


Alunos que cursaram educação a distância tiraram as mesmas notas no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) quando comparados aos que fizeram cursos de ensino superior presenciais. Ainda visto com desconfiança por alguns sob o argumento de que a qualidade seria comprometida, o ensino a distância é um dos que mais crescem no País, chegando a cerca de 760 mil alunos matriculados na graduação.


A discordância com relação à criação de um curso não presencial foi uma das razões da greve na Universidade de São Paulo (USP), que terminou neste mês. O curso foi adiado.


Um estudo analisou pela primeira vez formandos com características semelhantes - idade, renda, estado civil, se trabalha ou não, se estuda em instituição pública ou não - das duas modalidades de ensino. A pesquisa, feita pelo Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep), do Ministério da Educação (MEC), é considerada importante por especialistas por causa da comparação entre alunos com o mesmo perfil, já que as variáveis podem interferir no desempenho. Estudo anterior do próprio Inep havia apenas analisado médias gerais dos dois grupos.


"O perfil de alunos de educação a distância, em geral, é diferente do presencial. Eles são mais velhos, trabalham", diz um dos autores do estudo Thiago Leitão. O ensino é feito por meio de tecnologias de informação e comunicação, principalmente a internet. As provas devem ser presenciais e há encontros periódicos com professores. As bases legais para a educação a distância estão na Lei de Diretrizes e Bases, de 1996.


O estudo analisou os únicos quatro cursos a distância em que a quantidade de formandos pode ser comparada às suas versões presenciais: Administração, Matemática, Pedagogia e Serviço Social. Juntos, tinham 288 mil alunos em 2007, 78% do total de alunos naquele ano - ainda não há dados por curso de 2008. Foram usadas notas do Enade (exame que substituiu o Provão) de 2005, 2006 e 2007.

 


Os resultados da prova de 2008 ainda não saíram.


Os técnicos do Inep compararam primeiro as notas médias no Enade de todos os alunos dos dois grupos. Os estudantes de educação a distância tiveram, em geral, 6,7 pontos a mais do que os de cursos presenciais. Na análise de alunos com o mesmo perfil, a diferença na nota foi de 0,23 (a favor da presencial), considerado estatisticamente igual a zero.


Relatório do Departamento de Educação dos Estados Unidos, divulgado em junho, indica que alunos de educação a distância se saem melhor ou igual aos demais. Uma das conclusões é de que jovens dedicam mais tempo a atividades online do que a tarefas presenciais.


"São modelos diferentes de ensino que se aplicam a pessoas diferentes, mas dão o mesmo resultado em qualidade", diz o secretário de Educação a Distâncias do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky. Para ele, quem ainda desconfia disso tem "um pensamento atrasado". O MEC criou em 2005 a Universidade Aberta do Brasil (UAB), consórcio com cursos em 76 instituições públicas e 140 mil alunos.


Em São Paulo, o governo tenta implementar sistema semelhante por meio da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). O primeiro convênio, de um curso de Pedagogia oferecido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), será assinado em agosto. O curso da USP, de Licenciatura em Ciências, está pronto, mas divergências entre o governo e a universidade impediram o fechamento do contrato.


Segundo o responsável pelo curso na USP, José Cipolla Neto, o governo queria se apropriar do curso. "Eles querem o material para eles, querem usá-lo em outro contexto, fora da USP. O curso não é do governo, é da universidade." Para ele, o governo deveria apenas financiar o projeto, no valor de R$ 12 milhões. A USP agora terá de bancar o curso, o que deve atrasá-lo para 2011. A confusão ocorreu antes dos grevistas contestarem a educação a distância, com o argumento de que baixaria a qualidade da graduação.


O secretário de Ensino Superior do Estado, Carlos Vogt, responsável pelo projeto, nega essa intromissão e acredita que a pesquisa do Inep pode ajudar a acabar com esse preconceito.


Por: Renata Cafardo.
 



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